Monteiro Lobato abre as porteiras do conhecimento em História das invenções, clássico que acaba de ganhar uma nova edição comentada
Durante um chuvoso mês de fevereiro, Dona Benta resolve ler para os netos e para a boneca Emília um livro chamado História das invenções do homem, o fazedor de milagres. Antes de começar, ela avisa: “Este livro não é para crianças, mas se eu o ler do meu modo vocês entenderão tudo”. No decorrer da narrativa, Dona Benta cumpre o prometido e o autor – como já havia feito nos livros Emília no país da gramática, Aritmética da Emília, O poço do Visconde, Geografia de Dona Benta e Serões de Dona Benta – mostra uma nova metodologia de ensino, provando que é possível informar e divertir ao mesmo tempo.
Enquanto degustam a pipoca preparada por Tia Nastácia, Pedrinho, Narizinho e Emília ouvem a avó contar sobre o nascimento do nosso planeta, o surgimento da vida na Terra e a evolução do homem. Depois, ela fala sobre descobertas e invenções que mudaram a história da humanidade, como o fogo, a cerâmica, a roda, os óculos, o avião e muitas outras.
Em um instigante diálogo, Dona Benta desenvolve a ideia de que as invenções são ferramentas que servem para aumentar o poder do nosso corpo e nos permitem dominar as forças da natureza. Esse conceito fica explícito nos títulos dos capítulos que dividem o livro: Da pele ao arranha-céu, A mão, O pé que roda: a roda, A boca, O ouvido, O olho etc.
Com uma combinação fascinante de realidade e fantasia, por meio da voz de seus personagens, Lobato traduz para os leitores a obra do historiador holandês Hendrik Van Loon e apresenta um painel do progresso social e científico do homem, contextualizando os desdobramentos das inovações tecnológicas para a humanidade. História das Invenções foi publicado pela primeira vez em 1935 e a nova edição comentada, lançada pela Globinho, teve como base a edição de 1947. Esta edição atual traz comentários que atualizam o conteúdo original e apontam novos avanços e descobertas em várias áreas do conhecimento. O autor José Bento Monteiro Lobato nasceu em Taubaté, interior de São Paulo, em 18 de abril de 1882. Formou-se em Direito na Faculdade do Largo São Francisco, mas abandonou a profissão. Foi escritor, jornalista, tradutor, editor e empresário. Além disso, fundou sua própria editora. Publicou dezenas de livros para adultos e crianças. Em 1920, lançou seu primeiro livro infantil, A menina do narizinho arrebitado, que alcançou imenso sucesso. A partir daí, começaram a nascer as histórias do Sítio do Picapau Amarelo. Lobato criou aventuras com figuras bem brasileiras, recuperando costumes da roça e lendas do folclore nacional. Muitas vezes, usava também elementos da literatura universal, da mitologia grega, dos quadrinhos e do cinema. Escreveu ainda livros que falam de história, geografia e matemática, tornando-se pioneiro na literatura paradidática. Lobato faleceu em São Paulo, em 4 de julho de 1948. É considerado o pai da literatura infantil no Brasil.
Fonte: Globo Livros Assessoria de Imprensa – Tatiana Bandeira – (11) 3767-7819.