Dicas para escolher o carrinho de bebê

Para facilitar a escolha e a compra do carrinho de bebê, o Portal EP Grupo conversou com Mariana Bicalho, cofundadora da plataforma Ops! Cresci. Além de sugerir um checklist para ajudar os pais, Mariana também conta a sua experiência pessoal na hora de adquirir o carrinho da sua filha Ana, de dois anos

 

Mariana conta a sua experiência pessoal na hora de adquirir o carrinho da sua filha Ana. Crédito: Divulgação.

O mercado oferece uma vasta gama de modelos e preços, que variam (acreditem!) de R$ 150 a quase R$ 20 mil, então toda a atenção e informação são imprescindíveis.

Portal EP Grupo – Como foi sua experiência ao escolher o carrinho, quais foram as dúvidas, inseguranças e quais quesitos pesaram mais na decisão?

Mariana Bicalho – Quando engravidei e me deparei com a lista do enxoval, vi que um dos itens principais era o carrinho e dos mais caros também. Aí, comecei a conversar com amigas que já tinham filhos e perguntar para elas qual que era o modelo que escolheram e cada uma me dizia algo. Esse foi o primeiro momento de dificuldade. Existe uma variedade tão grande e as pessoas têm rotinas diferentes, por isso não consegui chegar a um consenso.

Quando pesquisei na internet, encontrei uns 10 carrinhos classificados como melhores do ano. Eu vi que a grande maioria era importado e pensei na dificuldade de adquirir, caso não gostasse ou precisasse de assistência. Também não sabia como seria a rotina com meu bebê. Optei por um carrinho que me atendesse, principalmente, na questão do reclinar totalmente para o bebê poder dormir. Também desejava um carrinho que eu pudesse usar desde o momento do nascimento até quando o bebê ficasse mais velho. Sou do tipo prática e não queria ficar trocando de carrinho.

Portal EPGrupo – Como foi sua experiência com os vendedores ao demonstrar os modelos e explicar as funcionalidades e qualidades do produto?

Mariana – Eu notei que todos sabiam abrir e fechar os carrinhos de todas as marcas, mas eles não conseguiram fazer um atendimento personalizado. Não faziam perguntas do tipo: “Você anda mais em lugar acidentado ou você vai simplesmente no shopping, que é piso liso? Você tem o porta-malas grande ou pequeno? Você está pensando em comprar um Travel System com bebê-conforto ou moisés? Você vai ter uma cama acoplada? Eles não fizeram aquela venda consultiva que seria um grande diferencial para qualquer loja. A partir do momento que a pessoa busca por um produto, o vendedor deveria saber qual a necessidade do cliente para depois apresentar o produto ideal para ele. Tecnicamente estavam preparados, mas não conseguiram atender e entender qual era a minha necessidade para poder me oferecer o melhor carrinho. Ofereciam o que mais vende, o mais caro, o sonho de consumo de toda mãe. Eu mesma fui com um modelo na cabeça e vi na hora que dobrava, que ficava enorme e ocuparia todo o porta-malas e decidi por outro. Ou seja, eu acho que falta esse tato.

Portal EP Grupo – Quais os questionamentos mais comuns dos pais na hora da escolha e que pesam mais na decisão?

Mariana – Acredito que vendo a experiência de vários amigos e, principalmente na Ops!, o principal questionamento que os pais têm é a questão da facilidade de utilização no carrinho. É assim: a mãe normalmente está sozinha e vai descer com bebê de um carro e precisa com uma mão poder abrir e fechar o carrinho, então é a facilidade de utilização, desde caber no porta-malas, até a facilidade na hora de carregar e fechar. Em segundo lugar, claro, é a segurança. Creio que nem existam mais carrinhos sem o cinto de cinco pontos, porque realmente esse virou um item de pré-requisito mesmo para todo tipo de carrinho. E em terceiro, o conforto. Nenhum pai gosta de acordar filho no passeio, ou de repente o bebê tirou aquele cochilo e você não vai querer que ele acorde porque o carrinho não fica numa posição confortável. Então é isso, facilidade, segurança e conforto.

Confira o checklist sugerido pela empresária:

  1. OBJETIVO DO USO

O ponto de partida é decidir qual será a função do carrinho. O Travel System, que reúne carrinho e bebê-conforto, já é velho conhecido e uma das opções mais escolhidas. Isso porque é muito prático tirar o bebê do carro e acoplar diretamente no carrinho, principalmente quando ele está dormindo.

No entanto, não é recomendado que o bebê fique por longos períodos no bebê conforto. E é aí que entra o carrinho 3 em 1, que inclui o moisés, ou um carrinho com opção de reclinar 180º. Uma boa utilização desse tipo de carrinho nos primeiros meses, além do transporte do bebê, é poder levar para vários locais dentro de casa. Assim a mãe pode ficar de olho no bebê, sem ter que ficar presa a um cômodo. Para os pais que pretendem deixar o bebê ao lado da cama nos primeiros meses, essa opção é uma verdadeira mão na roda.

  1. ROTINA DA FAMÍLIA

Em seguida é necessário entender como é/será a rotina após o nascimento do bebê. Algumas perguntas que a família deve se fazer: Vamos viajar muito com o bebê? Vamos levá-lo junto na hora dos exercícios (caminhada/jogging)? Vamos sair muito para passear na rua? Vamos em sítios, praia ou terrenos acidentados? Todas essas perguntas serão base para a escolha do modelo ideal de carrinho.

Para quem pretende viajar com frequência, por exemplo, é importante avaliar estrutura e peso. Já para quem pretende fazer exercícios com o bebê, é indicado um modelo com sistema de suspensão. E para quem tem o costume de frequentar terrenos acidentados, é interessante buscar um carrinho com rodas maiores.

  1. ESTRUTURA/PESO

O tamanho do carrinho deve ser adequado ao tamanho do porta-malas e/ou ao local em que será deixado na casa. É importante verificar como ele fica quando fechado e as possibilidades de desmembramento das peças.

O peso também é um ponto importantíssimo, principalmente se a mãe vai ficar sozinha e precisará colocar o carrinho dentro do porta-malas. Neste caso, vale buscar um modelo com estrutura leve e testar se a mãe consegue carregá-lo com facilidade.

  1. RODAS

O uso que será dado ao carrinho (item Rotina da Família) vai ajudar a definir o tipo de roda. Se for usado apenas para passeios em pisos lisos (casa, condomínio, shoppings etc), pode ser escolhido um carrinho de rodas simples. No entanto, se o objetivo for usar o carrinho na rua para passeios e exercícios, os mais indicados são os modelos com rodas mais robustas ou pneus, que suportam o desgaste provocado pelo asfalto e oferecem estabilidade na hora de passar por buracos e irregularidades.

  1. ERGONOMIA

Poucas pessoas pensam nesse ponto, mas a altura do apoio de mão do carrinho faz toda a diferença, dependendo da altura de quem for empurrar. Por isso, é interessante fazer o teste de altura antes de comprar ou verificar se o modelo tem a opção de regulagem.

Outro ponto interessante é considerar a manobrabilidade do carrinho, uma vez que normalmente os apartamentos e elevadores possuem pouco espaço para manobras. Nesse quesito, os carrinhos com três rodas (duas atrás e uma na frente) saem ganhando.

  1. SEGURANÇA

Um ponto fundamental é testar os freios. Por uma questão de segurança, é importante que o carrinho não desloque nem um pouco depois que forem acionados. Alguns modelos possuem, além dos freios traseiros, travas nas rodas dianteiras.

Também é preciso atentar para o cinto de segurança. Atualmente a maioria dos carrinhos possui cinto de cinco pontos, que prendem o bebê por entre as pernas, quadril e braços.

  1. PERÍODO DE USO

Cada modelo/marca tem uma especificação sobre o peso e altura suportados. Cabe à mãe definir se vai querer ter um único carrinho, que acompanhe a evolução do bebê desde o nascimento até ficar maior ou se vai preferir usar diferentes modelos para cada fase. Lembrando que não tem como saber até quando ele será usado. Tudo vai depender do desenvolvimento e do perfil da criança.

  1. MARCA / PREÇO

Na hora de escolher a marca é importante lembrar que o carrinho é um item de segurança. Por isso, os pais devem pesquisar a reputação da empresa, além de verificar se há garantia, assistência técnica local, peças de reposição etc.

O preço, por sua vez, está muito relacionado à marca e às funcionalidades. Os pais devem prestar atenção para não cair na tentação de comprar determinado modelo apenas pelo design. Ele deve cumprir o máximo possível de requisitos do checklist e o preço precisa caber no bolso.

  1. ACESSÓRIOS

Normalmente esse é um dos quesitos que mais chama a atenção das mães. Alguns dos acessórios já são vendidos junto com o carrinho, mas outros precisam ser comprados separadamente. Entre os mais úteis, estão: rede porta-objetos, capas de chuva, mosquiteiros, porta-copos e mosquetão para pendurar bolsa.

Um ponto interessante a ser considerado, principalmente no Brasil, é a capota (Tapa-Sol), que evita a exposição desnecessária da criança ao Sol. Alguns modelos possuem, ainda, aba expiatória para que a mãe possa ver a criança sem que precise recolher a capota.

  1. CARRINHO DE GÊMEOS OU FILHOS EM IDADE PRÓXIMA

O mercado oferece dois modelos para gêmeos: lado a lado e trenzinho. Na hora de comprar, a mãe deve seguir basicamente as mesmas orientações anteriores, com foco principalmente na questão de manobrabilidade e espaço em casa e no porta-malas. Já as mães que têm filhos em idades próximas, podem pesquisar pelos modelos que dão a opção de as crianças ficarem sentadas de costas uma para a outra, ou de uma delas ir em pé.

  1. NOVO OU USADO

Comprar novo ou usado é uma questão pessoal. Financeiramente o carrinho de segunda mão é o melhor investimento, porque é possível adquirir um produto de muita qualidade com uma redução de até 70% no preço em relação ao novo. No entanto, é importante ficar atento ao estado do produto usado e sempre buscar empresas que ofereçam segurança e garantias em relação à compra.

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