As assinaturas de serviços de streaming já estavam aumentando mesmo antes do distanciamento social causado pelo coronavírus. Segundo o site Licensing Source, 13 milhões de lares no Reino Unido têm pelo menos uma assinatura do tipo.
Netflix, Amazon Prime Video e Disney +, por exemplo, estão investindo milhões em conteúdo original. Com esse cenário de mudança, os consumidores terão cada vez mais opções. Nick Richardson, CEO e fundador da The Insights People, disse que esse crescimento terá impacto no setor de licenciamento.
“Em última análise, será mais importante do que nunca para licenciadores, licenciados e varejistas entenderem seu público para identificar as oportunidades certas para suas propriedades, a fim de oferecer a melhor oportunidade de sucesso.”
Contudo, pode haver uma fragmentação da mídia. Com tantas opções, as crianças podem acabar optando por assistir ao seu conteúdo favorito. “O que, por sua vez, pode dificultar a descoberta de algumas propriedades e a construção de um relacionamento mais significativo com o público”, acrescentou.
Propriedades menores ou mais novas podem precisar de uma abordagem mais inovadora para estruturar alguns acordos de licenciamento, disse Nick. Ele acredita que o setor precisa mudar.
“Com as crianças tendo acesso a tanta tecnologia, a próxima grande novidade pode vir de qualquer plataforma”. A vantagem do streaming é a flexibilidade de poder assistir onde, como e quando quiser.
A marca Bravado e Roy Lowe se lançou na Netflix ano passado com roupas de verão e meias e disponibilizou os modelos em varejistas. “Para um proprietário de marca, a colocação de uma marca no espaço de streaming abre para novos e amplos públicos”, destacou Louisa Skevington, coordenadora de licenciamento da Rocket Licensing.
“A Netflix, a Amazon Prime, a Now TV, e etc, cresceram em escala e, consequentemente, em importância. Você não pode ignorar o impacto que um número crescente de propriedades transmitidas está causando nos consumidores e licenciados”, disse Louisa.
A Primark, marca de roupas e acessórios, está colaborando com a Netflix em Stranger Things, considerado a série que é “garoto-propaganda” do serviço de streaming. Isso mostra que estar presente em apenas uma plataforma pode ser suficiente para criar uma marca se a propriedade estiver em sintonia com o público.
Com The Mandalorian e o personagem The Child, apelidado de Baby Yoda, a marca de artigos para presente Paladone e a marca de produtos licenciados Pyramid International confirmaram que vão lançar produtos este ano, enquanto a Hasbro está lançando uma linha de brinquedos.
O negócio de licenciamento precisará se adaptar, segundo Nick. “O setor precisa evoluir seus modelos de negócios para se tornar mais ágil, colaborativo e flexível”, finalizou.