Gestão de loja on-line vai muito além das tecnologias e ferramentas adotadas
Por Kika Martins, do EP Grupo
Com o crescimento das vendas on-line durante a pandemia, o mercado brasileiro registrou R$ 9,4 bilhões de faturamento somente no mês de abril. Um aumento de 81% na comparação com o mesmo período de 2019.
Entretanto, por mais necessária que seja a digitalização dos negócios neste contexto, a gestão de uma loja on-line vai muito além das tecnologias e ferramentas adotadas.
“Tudo o que conhecíamos parece não fazer mais sentido, embora muitos fornecedores já tivessem soluções para adaptação das empresas”, observa Vivianne Vilela, atual chief content officer do E-commerce Brasil.
Bastante envolvida com o mercado de vendas pela internet desde 2012, Vivianne explica que é necessário ter conhecimento técnico. A entrega de dados precisa ser minuciosamente estudada e interpretada, para gestão adequada de uma loja digital. “Além disso, é preciso entender de gente. O e-commerce não é para amadores”, complementa.
Outro ponto merece a atenção dos empresários, sejam iniciantes ou apenas tímidos na atuação on-line: como proporcionar a melhor experiência de compra para o cliente?
Se a loja física podia receber um cliente sem reter nenhuma informação sequer sobre ele e seus desejos de consumo, no e-commerce isso não acontece. No ambiente virtual, o consumidor deixa rastros e esses dados são valiosos para um melhor atendimento.
Inclusive, já existem tecnologias para fazer o relacionamento digital de forma organizada, os chamados BOTs usados até mesmo por grandes marketplaces como o Magazine Luiza. Mas Vivianne orienta que seu uso seja feito de maneira humanizada.
Também é importante conhecer a fundo o código de defesa do consumidor. Estas informações precisam estar claras, tanto para o lojista como para o usuário sentir-se seguro em relação ao serviço.
“Vale ressaltar que transformação digital não é TI. É a habilidade de abraçar novas tecnologias, de se relacionar adequadamente com o cliente e, claro, uma nova forma de atuar.”
A pandemia fez crescer o número de novos consumidores e isso empurrará novas transformações. Para Vivianne, o e-commerce será um eixo de conexão ressignificada.
“Haverá um aumento exponencial de vendas on-line, mas não será o fim das lojas físicas. Talvez elas fiquem menores apenas. O fato é que a loja física e on-line é uma coisa só. Cabe ao consumidor escolher onde quer comprar.”
Dicas para digitalização
- Planeje e estude o e-commerce (eixo extremamente importante de um negócio);
- Invista dinheiro na loja virtual, a fim de trazer o cliente para a loja on-line, passar segurança para ele e gerar fidelização;
- Existem tecnologias apropriadas para cada etapa da venda;
- Não tente vender para todo mundo. Todo mundo é muita gente;
- Use recursos como vídeos para demonstrar seus produtos e faça a melhor exposição possível da mercadoria, com detalhes sobre ela.
Para obter mais informações, acesse o site: www.ecommercebrasil.com.br. O catálogo Fornecedores está disponível gratuitamente.
Os líderes do e-commerce no Brasil
1. Mercado Livre 2. B2W 3. Magalu |
Com as novas regras da Lei Geral de Proteção de Dados, o mercado de vendas on-line enfrentará grandes mudanças em breve. Este também é um assunto ao qual os empresários devem estar atentos.
Assim como as novas necessidades de consumo que surgirão daqui por diante, frente ao fechamento de inúmeros escritórios, lojas e ao investimento canalizado para artigos que tragam maior conforto para dentro de casa.
Vivianne participa diretamente da organização do Fórum E-Commerce Brasil que, em 2019, recebeu 39 mil visitantes. A partir deste contato com os profissionais do mercado, ela explica que devido à diversidade do País os brasileiros acabam muito bem preparados e, com isso, têm sido procurados para assumir cargos importantes em empresas no exterior.
O varejo brasileiro é uma referência em volume de vendas e geração de empregos, mas em termos de integração entre loja física e virtual há um atraso. “Durante muito tempo o e-commerce foi visto como um inimigo, responsável pelo esvaziamento do comércio. A pandemia transformou essa resistência em uma oportunidade primordial”, explica.
Confira a entrevista que o EP Grupo fez com Vivianne Vilela, pelo EP Conect@: