No começo dos anos 90, Maurício de Sousa passeava em uma plantação de macieiras quando viu pequenas maçãs caídas no chão, ignoradas pelos produtores. Intrigado, questionou qual seria o destino daquelas frutas e teve como resposta: “São descartadas porque não atendem ao padrão de consumo”.
Inconformado com o desperdício, recomendou: “Essa maçãzinha é saborosa, suculenta, cabe na mochila escolar e nas pequenas mãos das crianças. É do tamanho certo para comer, sem desperdício”. Daí nasceu a ideia de licenciar a Turma da Mônica para produtos de hortifruti, que, hoje, tem uma produção de 1,6 mil toneladas da fruta por mês.
Hoje, Maurício e a filha Mônica Sousa comemoram os 25 anos deste licenciamento. Os fornecedores estão nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul do Brasil. São cerca de 3.500 hectares de plantação de serviços aos produtos licenciados pertencentes a 15 empresas que podem estampar as imagens da turminha nas embalagens.
Todo o volume de maçã é produzido pela empresa Fischer, que também tem o licenciamento para comercialização do kiwi. Segundo a assessoria da Maurício de Sousa Produções, a Alfacitrus oferece laranja lima e tangerina. Já a Trebeschi produz o tomate Sweet Grape e o milho adocicado. A Morena Frutas, as bananas; a AGC fica com a categoria de mamão, tanto mamão quanto formosa. A produção de uvas sem sementes, com cinco cultivares diferentes, fica a cargo da Agrivale, enquanto as mangas são fornecidas pela Agrodan e o mini abacate é cultivado pela Tsuge.
O licenciamento foi estendido para além das frutas, chegando a hortaliças e legumes. O Sitio Hiromi e a Go Green são responsáveis pelas alfaces, espinafre, couve, e a cebolinha, ilustrada pelo próprio Cebolinha. A linha de leguminosas, como cenoura, inhame e mandioquinha, é conduzido por Mais Verdes e há ainda o licenciamento da Avine para comercializar ovos de galinha e codorna.
Mônica, que, atualmente, está à frente dos negócios da Maurício de Sousa Produções, informa outros números de produtividade: “Da melancia redonda menorzinha e sem caroço são 400 toneladas por mês vendidas pelo Brasil e 264 toneladas de tomate mensalmente”. Neste ano, ela conta, que foram lançadas plantas com ervas para cozinhar em casa, sob a estampa do personagem Chico Bento.
Comemorando o sucesso do negócio, Maurício de Souza revela ainda ter recebido dos produtos um agradecimento. Além de viabilizar o escoamento de produtos que antes eram descartados, estimulou novos cultivos. “O investimento que os produtores fazem é um absurdo, como tecnologias para evitar o uso de agrotóxicos. O plantio da
melancia, do tomate, da maçã… É de primeiro mundo! Então, é um agradecimento mútuo”, declara Maurício.
Fonte: revistagloborural.globo.com/