Ida B. Wells foi uma jornalista, sufragista e ativista dos direitos civis. Ela acabou de entrar para a galeria das mulheres inspiradoras homenageadas pela boneca Barbie.
A boneca Ida B. Wells Inspiring Women começou a ser vendida em grandes lojas de departamento americanas (Walmart e Target) e online pela Amazon nesta segunda-feira (17/01), dia de Martin Luther King Jr, data que marca a abertura do Mês da História Negra nos EUA, e está em pré-venda em alguns sites no Brasil.
O desenvolvimento da Barbie jornalista envolveu familiares da homenageada. Seus bisnetos, Michelle e Dan Duster, atuaram diretamente na criação da boneca, para que ela fosse o mais autêntica e historicamente precisa possível. Eles disseram que esperam que a boneca inspire todas as pessoas a saberem que suas vozes são importantes.
Em entrevista ao jornal USA Today, Michelle falou: “É uma honra incrível ter minha bisavó como parte da série Barbie Inspiring Women.
Ela usou sua voz de todas as formas possíveis para lutar por liberdade, justiça e igualdade. E seu trabalho, assim como sua história, é relevante e inspirador para o mundo de hoje.”
A boneca usa um vestido longo azul escuro, com detalhes de renda preto e branco e botas pretas de salto alto. Nas mãos está uma cópia do Memphis Free Speech, jornal em que ela era editora e co-proprietária.
Quem foi Ida B. Wells
A nova homenageada da Barbie nasceu em Holly Springs, Mississippi, como escrava em 1862.
Wells começou sua carreira profissional como professora primária em Memphis. Como repórter investigativa e pesquisadora, ela se tornou uma voz importante nos primeiros movimentos de direitos civis e sufragistas.
Em suas reportagens no jornal Memphis Free Speech, do qual se tornou editora e co-proprietária em 1889, ela escreveu sobre o linchamento de três donos de lojas negros, expondo o motivo dos crimes: os comerciantes estavam concorrendo diretamente com outra mercearia cujo proprietário era branco.
As denúncias deram início ao movimento anti-linchamento nos EUA.
Wells se tornou também uma importante voz do movimento sufragista feminino e ativista dos direitos civis dos negros.
Ela ainda foi co-fundadora da National Association of Colored Women’s Clubs e da National Association for the Advancement of Colored People (NAACP). Em 2020, a líder recebeu um Prêmio Pulitzer póstumo por seu trabalho sobre os linchamentos contra os afro-americanos.
Desbravar o caminho do jornalismo sendo negra e mulher continua sendo um desafio até hoje. Pesquisas mostram que mulheres compõem a maior parte da força de trabalho nas redações, mas poucas ocupam cargos de chefia. O mesmo acontece com profissionais não-brancos.
Fonte: Media Talks