Quando o Facebook anunciou em 2021 que pretendia se tornar uma “empresa de metaverso” em até cinco anos, o termo ficou em alta, mas também gerou muitas dúvidas sobre um conceito ainda desconhecido pelo público em geral.
Empresas do setor de realidade virtual afirmam que, agora, a tendência é de uma expansão e melhora tecnológica que deverão tornar o metaverso mais realista, conquistar um público cada vez maior e abrir uma nova fronteira de mercado.
E o que é metaverso? Metaverso é a terminologia utilizada para indicar um tipo de mundo virtual que tenta replicar a realidade através de dispositivos digitais. A proposta é a possibilidade de acessar uma espécie de realidade paralela, em alguns casos ficcional, em que uma pessoa pode ter uma experiência de imersão.
Tecnicamente, o metaverso não é algo real, mas busca passar uma sensação de realidade, e possui toda uma estrutura no mundo real para isso.
A partir dessa ideia de imersão, diversos metaversos surgiram com os videogames. “A tecnologia só dá certo se tem uma aplicação essencial, e para o metaverso, é o jogo, pois faz sentido uma imersão em outro mundo, interagir com as pessoas. Já existe há muito tempo, uma espécie de metaverso”, afirma Luli Radfahrer professor do curso de publicidade e propaganda da USP.
“Quando a internet se popularizou na década de 1990, existiam várias tecnologias que, em teoria, permitiriam o metaverso, em especial voltado para realidade virtual, criação de espaços 3D, mas não deu certo. No começo do século 21, teve o jogo Second Life, muitas empresas gastaram fortunas para estar nele, e era um metaverso, se vendia como. Mas não emplacou”, afirma Radfahrer.
Para ele, o motivo do fracasso de experiências que investiam mais no aspecto do metaverso, com criação de avatares e “vidas” paralelas, se deu por dois fatores. O primeiro era uma limitação tecnológica, exigindo uma grande capacidade de processamento em uma época em que as conexões de internet eram lentas. Em segundo lugar, houve a expansão das redes sociais.
A aposta agora é que novos avanços tecnológicos permitirão, primeiro, um barateamento maior dos aparelhos de realidade virtual, atingindo um público maior, e a melhoria dos gráficos que eles geram, aumentando o grau de realismo.
Com isso, as pessoas seriam mais atraídas para essas novas realidades, em que seria possível criar avatares, interagir com amigos, fazer compras, reuniões, ir ao trabalho ou à escola.
Radfahrer considera que o movimento do Facebook liga-se também a uma tentativa de “criar uma liga alternativa” de consumo de produtos – a empresa comprou a Oculus, produtora de óculos de realidade virtual -, após perder o timing para entrar em mercados como o de smartphones e assistentes virtuais domésticas.
Quais os desafios para a expansão do metaverso no Brasil? De acordo com especialistas, a principal dificuldade para atingir um público maior ainda é o preço alto dos dispositivos de realidade virtual. Naturalmente, em algum momento essa tecnologia vai estar acessível e há um esforço das empresas para que isso ocorra. Outra questão que colaboraria para a expansão é a chegada da tecnologia 5G no Brasil que dá mais processamento, que ocorre fora do computador, em um servidor remoto, o que facilita e torna os gráficos mais realistas.
Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br