Nova regra de publicidade reduz receita de produtoras, mesmo com explosão de visualizações durante pandemia
Com as crianças em casa, houve um boom de audiência de canais no YouTube voltados ao público infantil. O aumento nas visualizações, no entanto, não se refletiu nos lucros, que permaneceram estáveis ou até caíram.
O descompasso decorre de mudança nas regras de publicidade infantil em vigor desde janeiro, parte do acordo feito pelo Google (proprietário da plataforma de vídeos) com a Justiça e a Comissão Federal de Comércio americanas após acusação de violação da legislação de proteção à privacidade infantil. O acordo, firmado em setembro, resultou também em multa de US$ 170 milhões.
A principal alteração feita pela plataforma foi a limitação da coleta e do uso de dados em vídeos cujo público-alvo sejam crianças, o que impede a veiculação de anúncios direcionados.
O canal Maria Clara e JP, primeiro lugar no ranking do site especializado Social Blade na categoria infantil no Brasil, teve aumento de 70% nas visualizações durante a pandemia. Nos vídeos, a dupla de irmãos de 8 e 11 anos protagoniza roteiros filmados pela própria família. O canal tem cerca de 500 uploads e quase 22 milhões de inscritos.
“Estamos agora com 17 milhões de visualizações por dia, mas mesmo com esse aumento absurdo houve uma queda na receita em comparação com o mesmo período do ano passado em razão dessa alteração feita pelo YouTube”, diz Cintia Medvedovsky, diretora-executiva da Ziggle, agência que cuida do licenciamento e das estratégias de produção e evolução do canal.
Para ler a matéria na íntegra, acesse a Folha de S. Paulo.