Se tem algo com que as empresas podem contar em 2019, é competição. Mercados cada vez mais saturados proporcionam ao consumidor a possibilidade de escolher entre diversos produtos de qualidade. Na busca por vendas, o impulso natural das empresas pode ser de uma fixação em números, porcentagens, figuras. No entanto, o sucesso de uma marca depende também de algo mais primordial: a conexão emocional com o consumidor.
Segundo um relatório da BrandTrends, 75% das compras são baseadas em emoção. Saber dialogar num nível emocional com seu público é o que pode fazer a diferença para que uma marca angarie fãs leais, e não somente compradores. A diferença é importante de ser notada, porque são os fãs que escolherão seus produtos entre tantos outros, e permanecerão fiéis mesmo frente a eventuais aumentos de preço. Fãs inclusive promovem o nome da empresa de que gostam, espontaneamente.
Essa relação de proximidade com as marcas é algo que 87% das pessoas deseja, mas somente 17% sentem possuir, ainda segundo a BrandTrends. Mas como que as empresas podem estabelecer essa conexão? Bem, isso não é algo construído da noite para o dia. A lealdade do consumidor depende de um esforço continuado por parte da empresa — em todas as suas estratégias de marketing — para engajar sua clientela de forma personalizada e útil.
Um primeiro passo nesse sentido envolve justamente uma mudança de perspectiva. Cada vez mais, empresas estão deixando de usar o termo “cliente” para adotar a palavra “fã”. Mais do que uma pequeneza lexical, essa troca marca uma distinção importante ao próprio público: enquanto “comprador” sugere uma transação monetária da qual somos convencidos a participar, a palavra “fã” é mais acolhedora, porque denota uma relação afetiva com o consumidor.
Considere o exemplo do filme Frozen, da Disney: mesmo anos após seu lançamento, a marca Frozen continua sendo uma das mais populares entre as meninas no mundo todo. Isso acontece porque, enquanto a maioria das empresas tem o desafio de construir uma narrativa em torno de seus produtos, a Disney começa com a narrativa – seus filmes e séries – e então cria uma rede de produtos e serviços em volta dela. É um processo particularmente efetivo, porque a empresa pode capitalizar sobre uma conexão emocional já estabelecida com sua audiência – coisa que a Disney faz muito bem, permitindo que os fãs aprofundem sua afinidade com a marca.
A lição maior nisso tudo é de que a busca por novos consumidores não deve se sobrepor à manutenção de uma conexão com sua clientela. Vendas não são motivadas somente por percepção ou conhecimento de uma marca, mas principalmente por engajamento e lealdade. 70% dos consumidores acreditam que as motivações das marcas são auto-centradas, o que pode ser muito repulsivo. Cabe às empresas tentar romper com essa noção, para nutrir relacionamentos significativos com seus fãs.
Fonte: brandtrends