Crescimento CONTÍNUO [Exclusivo EP Grupo]

A Abrin, principal evento comercial do setor na América Latina, foi realizada entre os dias 9 e 12 de março, em São Paulo, possibilitando às fábricas o abastecimento para a segunda metade do ano, quando a Semana da Criança e o Natal, juntos, respondem por mais de 60% das vendas.

A feira de negócios foi palco, também, para a divulgação dos recentes dados do setor no Brasil que fechou o ano passado com faturamento de R$ 10,2 bilhões e prevê crescimento de 4% para 2025. A estatística anual da Associação Brasileira dos Fabricantes de brinquedos – Abrinq, aponta o faturamento de R$ 5,7 bilhões com a produção da indústria em vendas para o varejo e mais R$ 4,4 bilhões com brinquedos importados, totalizando R$ 10,2 bilhões ano passado. A previsão para este ano, segundo o presidente da entidade, Synésio Costa, é de mais 4% de crescimento.

A balança comercial do mercado de brinquedos em dólar foi de US$ 334.437.044 com importação e US$ 10.970.945 de exportação, com a moeda americana a R$ 5,39. O número de empregos gerados cresceu em relação ao ano anterior, passando de 40.131 para 44.092, entre próprios e terceirizados.

Segundo a estatística da Abrinq, os fabricantes esperam um bom ano de 2025, com 46% e uma rentabilidade boa, com 40%. O número de produtos a serem lançados em 2025 é de
1.689, segundo a entidade.

As vendas por linhas tem veículos (carrinhos, motos, pistas) na liderança com 17,8%, os esportivos (patins, triciclos, bicicletas) em segundo, com 16,1%, jogos em terceiro (14,8% e bonecas em quarto (11%). As vendas por canais de distribuição têm empatado com 27% as lojas especializadas e os atacadistas, com crescimento acentuado do varejo na internet, ficando os magazines com 14% e os autosserviços com 4%.

LEVANTAMENTO DA ABRINQ MOSTRA CRESCIMENTO CONTÍNUO DA INDÚSTRIA DO BRINQUEDO HÁ UMA DÉCADA

Em termos de vendas por estado, São Paulo segue na liderança, com 33,51%, seguido do Rio de Janeiro (8,24%), Santa Catarina (6,99), Minas Gerais (6,54), e Paraná (5,54%). No
mundo, as vendas tiveram uma ligeira queda em 2024 em relação a 2023, passando para US$ 103,4 bilhões de dólares, contra US$ 104,2 no ano anterior.

O crescimento previsto para este ano, de 4%, de acordo com Synésio Costa, tem a ver com fatores macroeconômicos favoráveis, entre eles, a valorização do dólar, que permite à indústria nacional ocupar mais espaço nas gôndolas. O segundo semestre do ano é estratégico para a indústria do brinquedo”, diz o dirigente. Há cerca de 25 mil lojas em todo o País que receberão das 200 marcas presentes cerca de 1.500 lançamentos: “Encantar crianças e adultos é o nosso negócio”.

“O segundo semestre do ano é estratégico para a indústria do brinquedo”

NOVOS PERFIS DE VENDA DE BRINQUEDOS

Referência global em data tech para análise do comportamento de consumo, a Circana esteve presente na Abrin 2025 e divulgou os novos perfis de vendas de brinquedos no Brasil. Célia Bastos, diretora executiva da Circana Brasil, conduziu a palestra, trazendo insights valiosos sobre o comportamento do consumidor e as transformações no setor, no segundo dia do evento.

Os dados apresentados mostraram que fatores internacionais podem beneficiar o mercado no Brasil. Segundo o levantamento, em 2024, o faturamento global do setor teve uma leve queda de -0,6% e o volume de unidades vendidas recuou -0,4%. Já no Brasil, o cenário foi mais positivo.

Apesar de registrar uma redução de -2% no faturamento, o segmento cresceu 6% em volume de unidades vendidas. “Isso reflete uma das grandes tendências para 2025. O que chamamos de ‘precinho’, que são os brinquedos com preços até 50 reais, com destaque para os valores entre 25 e 40 reais. O mercado está vendendo mais unidades de brinquedos, com valores mais acessíveis.

Em 2024, 55% das vendas em volume foram de brinquedos dentro dessa faixa de preço. O total de faturamento desse nicho de mercado foi de R$ 1 bilhão”, afirmou.

MERCADO ESTÁ VENDENDO MAIS UNIDADES DE BRINQUEDOS, COM valores mais acessíveis

Célia destacou ainda que essa é uma excelente oportunidade para a indústria de brinquedos brasileira. “Enquanto nos EUA uma criança ganhou, em média, 40 brinquedos em 2024, no Brasil uma criança ganhou somente dois. Esse número, ainda que seja maior do que o registrado no ano anterior, quando no Brasil cada criança ganhou um brinquedo, reflete a necessidade e a oportunidade para que sejam comercializados brinquedos mais baratos”, completou.

A disparidade de consumo entre regiões do País foi outro ponto relevante: enquanto no Sudeste a média é de quatro brinquedos por criança ao ano, no Norte e Nordeste esse número é de apenas um. Durante a apresentação, outros destaques foram apresentados, como o crescimento do faturamento de kidults & colecionáveis (+51%), blocos de construção dos carros esportivos, de luxo e fórmula 1 (+150%) e pelúcias (+53%), reforçando o potencial de crescimento do mercado brasileiro.

A análise econômica trouxe perspectivas estratégicas para fabricantes e varejistas. Com a projeção do dólar a R$ 6 e o PIB crescendo 2,5% em 2025, o Brasil pode se beneficiar como exportador e importador, especialmente diante das novas tarifas aplicadas sobre produtos asiáticos. No entanto, a taxa Selic em 15% representa um desafio para o varejo, tornando o financiamento de bens duráveis mais difícil e impulsionando a busca por produtos de menor valor.

Além da consolidação dos brinquedos acessíveis, entre as principais tendências destacadas pela Circana, está o crescimento dos brinquedos licenciados e colecionáveis, que aumentaram +9% globalmente nos últimos 3 anos. Além disso, o impacto de lançamentos de grandes blockbusters, como Super Mario Bros 2, Capitão América e Five Nights at Freddy’s, também deve impulsionar a venda de brinquedos licenciados nos próximos meses. Segundo a Circana, 2024 foi o ano com a maior fatia de itens licenciados na venda
de brinquedos no Brasil, com 29% do mercado. “Com mais de 20 lançamentos previstos, 2025 deverá superar o resultado de 2024”, projetou Celia.

O Brasil pode se beneficiar COMO EXPORTADOR E IMPORTADOR, ESPECIALMENTE DIANTE DAS NOVAS TARIFAS APLICADAS SOBRE PRODUTOS ASIÁTICOS.

Por fim, um tema que vai impactar cerca de 47 milhões de crianças e adolescentes do ensino fundamental e médio, também foi discutido. O comportamento infantil deve mudar com o banimento de celulares em escolas brasileiras. “Essa nova realidade pode favorecer um retorno às brincadeiras analógicas e à interação social, criando oportunidades para fabricantes de brinquedos tradicionais”, completou

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