Um estudo feito pela Superdata, empresa do grupo Nielsen, mostrou que o mundo todo gastou US$ 10 bilhões com jogos digitais em março, o maior valor mensal da história.
Como jogar não requer idioma, o setor mostrou seu potencial de crescimento, inclusive no Brasil, em que a indústria é composta em sua maioria por pequenas e médias empresas. Segundo o Estadão, são 375 empresas do ramo no País e com a alta do dólar, também tiveram sua parcela de lucro inclusas nesses dados globais.
Os estúdios maiores contrataram pequenas empresas para produzir e desenvolver novos jogos ou versões já existentes para ter mais agilidade e escala, além de criarem os games à distância. O diretor da Abragames Fernando Chamis disse ao jornal que as empresas estão faturando mais nesse período.
“No Brasil, com o dólar mais alto, as empresas estão ganhando mais dinheiro ainda porque tanto as vendas quanto o pagamento de visualização dos anúncios são feitos na moeda”, explicou. O cenário é de oportunidades, segundo o diretor, já que a demanda por jogos corporativos, para promover a integração de equipes à distância, também aumentou.
O estúdio pode criar, desenvolver o jogo inteiro, publicá-lo e ganhar toda a receita gerada, pode criar, desenvolver e procurar uma publicadora para lançá-lo no mercado ou mesmo desenvolver um jogo por etapas.
O Flux Games, por exemplo, focou no mercado internacional e desenvolve um game completo ou etapas dele. A Puga, que surgiu em 2013, faliu três anos depois e renasceu em 2017, exportando serviços, e só neste primeiro semestre de 2020 já superou o faturamento bruto de 2019.
“Nesse momento, o mundo demanda produtos de entretenimento. Quem tem projeto para ser lançado agora vai ter uma vantagem comercial absurda, pois as plataformas de publicação estão batendo recorde de usuários jogando e de vendas. O mundo quer mais conteúdo por conta do isolamento social”, disse Rodrigo Carneiro, CEO do estúdio Puga, ao Estadão.
Evento de games será on-line
A 8ª edição do Big Festival, maior evento de games do Brasil, será realizado on-line entre os dias 22 e 26 de junho. Serão promovidas rodadas de negócios para que as empresas nacionais possam ter contato com publishers e players do mercado internacional. A edição presencial será realizada entre os dias 27 e 31 de janeiro de 2021, com exposição de jogos, palestras, rodadas de negócios presenciais e outras novidades.
O evento é uma iniciativa da Abragames e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). Mariana Gomes, analista de negócios internacionais da Apex-Brasil, lembra que o mercado de games não é baseado em fronteira, mas em consumo. Um produto que nasce digital tem mais facilidade de fazer negócios de forma digital. Há um crescimento de jogos para celular para o mercado americano e, mesmo com a pandemia, essa oportunidade existe.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.