Empreendedor falou dos valores que uma empresa precisa ter para cativar o cliente
Por Jéssica Lima, do EP Grupo
Nesta terça-feira (21), Alfredo Soares, co-fundador do Gestão 4.0 e sócio da Vtex, abriu a programação da LicensingCON Week para falar sobre a era do consumidor hiperconectado.
Na visão dele, a dinâmica da gestão 4.0 como teoria/metodologia tem dois grandes cases brasileiros: o Magazine Luiza e a XP. “Apesar de serem segmentos diferentes, elas mostram uma gestão em que o hub de conexão de soluções e a descentralização de hierarquia tem todo esse engajamento de desenvolver soluções com o cliente no centro”, disse.
O sócio da Vtex destaca que o mais importante na gestão 4.0 é a conexão do propósito que a companhia tem com o objetivo de crescimento financeiro. “Ou seja, crescer sem desconectar. Isso eu acho que é hoje o maior desafio de qualquer empresa: manter e sustentar estratégias de crescimento acelerado sem sair do seu propósito”, explicou.
As empresas, diante do atual cenário, cometeram erros, mas Alfredo considera isso natural, já que cada empresa vive uma realidade, tiveram reações distintas e lideranças diferentes. Para ele, o sucesso de uma empresa começa tendo um grande líder que preza pela empatia.
A pandemia teria provado que a solução não está no investimento ou na tecnologia. As soluções são criadas por pessoas. “Não se ensina a gostar das pessoas, a gostar de conversar. O que existem são pessoas que podem treinar essa habilidade e melhorá-la”, destacou.
O empresário brasileiro teria negligenciado a transformação digital e não usava, por exemplo, o WhatsApp como um canal de venda, mesmo sabendo que seu consumidor usa aquele meio. Por conta do isolamento social, alguns processos foram acelerados e a ferramenta foi aderida. Alfredo diz que não dá para brincar de ser digital.
Com relação a hiperconectividade, Alfredo diz que o conhecimento está se tornando um commodity porque pela internet dá para aprender qualquer coisa e as pessoas precisam descobrir qual a melhor forma de absorver conhecimento. “Transformar o conhecimento em habilidade tática é um diferencial.” Fora isso, ele lembrou que quase toda a população, hoje, possui um smartphone.
As marcas precisam ter estilo e emoção porque são coisas que conectam o ser humano. “Todas as empresas que acreditavam em branding, em valor e propósito sobreviveram. O cliente quer ser ouvido.”
Por fim, é preciso aceitar a mudança constante. Conviver com a transformação e a incerteza ajudam a criar anticorpos. “Não é a crise que vai te mudar, são os seus valores, o autoconhecimento”, finalizou.