O poder dos personagens infantis e influenciadores digitais na indústria da moda

Novidade na Brandili, peças licenciadas do Naruto e Minecraft já venderam 100% a mais da meta estipulada, gerando um incremento de R$ 5 milhões no faturamento da empresa 

O universo do entretenimento infantil é repleto de personagens e, atualmente, também de influenciadores digitais, que são verdadeiros fenômenos em diversos aspectos. Eles marcam épocas e, principalmente, gerações. Afinal, quem não quer usar ou provar algo do seu personagem favorito? Por isso, quando se fala em negócios, vendas e estratégias de marketing, os licenciados são essenciais para agradar o consumidor final e gerar valor para as marcas. Chegam a movimentar milhões em apenas uma coleção lançada por uma empresa. O Brasil está entre os seis países com maior faturamento em licenciamento de marcas do mundo, junto com Estados Unidos, Japão, Inglaterra, México e Canadá.

De acordo com a Associação Brasileira de Licenciamento de Marcas e Personagens (Abral), em 2021, o faturamento no varejo de produtos licenciados ultrapassou R$ 21 bilhões, com um crescimento de 5% em relação ao ano de 2020. Ainda segundo a Abral, hoje, no Brasil, existem cerca de 600 propriedades disponíveis para licenciamento, sendo a maior parte delas, aproximadamente 60%, do segmento infantil. O setor que mais utiliza os licenciamentos é o de confecção. Sendo assim, as indústrias têxteis com foco no público infantil e juvenil, além de anteciparem as tendências de moda, também precisam estar conectadas com o que esses consumidores almejam. E esse é um trabalho que vem de décadas.

A têxtil Brandili, prestes a completar 58 anos de história, atua há mais de duas décadas com produtos licenciados. Hoje, em seu portfólio, é possível encontrar marcas como: Turma da Mônica e Disney, as duas parcerias mais longas, com cerca de 20 e 15 anos, respectivamente, além de Avengers, Homem Aranha, boneca LOL e os mais recentes, Minecraft e Naruto, que chegarão para o público no final de setembro. Outra forte parceira licenciada da Brandili é a influenciadora Luluca, que é acompanhada por mais de 12,6 milhões de inscritos em seu canal no YouTube e, com isso, trouxe um grande aumento de presença digital para a marca.

“Os licenciados, hoje, somam 10% do nosso faturamento em vendas. São peças-chave e coringas para os negócios. Causam interesse e aproximação com o público final, que são os pais, mães e as crianças. E nós queremos estar presentes em diversos momentos da vida deles. Naruto e Minecraft, por exemplo, são novidades e já despontam muito bem nos negócios. O consumidor nos pede isso e o lojista já entende essa necessidade. Vendemos 100% a mais da meta que tínhamos estipulado para esse licenciado, o que em números nos traz um incremento de cerca de R$ 5 milhões no faturamento. Outro destaque que mostra a importância do olhar para os licenciados é a Luluca. Essa foi uma collab desenvolvida entre Luluca e Brandili com o objetivo de vestir as fãs da influenciadora com os looks que ela ajudou a desenvolver. Já estamos na segunda coleção e estamos muito satisfeitos com os resultados”, explica Elizabeth Brandes, diretora Comercial e Marketing da Brandili.

A experiência neste mercado fez com que a Brandili se consolidasse no ramo dos licenciados, atraindo os olhares das empresas que administram os personagens e influenciadores. O processo de inclusão de uma nova marca é minucioso. “Antes de fecharmos uma parceria, analisamos o momento que estamos vivendo e fazemos um estudo em equipe, que envolve os setores de produto, marketing e comercial. Procuramos ter diversas opções de licenças, mas que não concorrem entre si dentro do portfólio. Fazemos análises com base no comportamento do consumidor, o que as crianças gostam e usam no momento, o que causa interesse, a força desses personagens não só entre as crianças, mas entre os pais também, análise do Google Trends, pesquisa com a equipe de vendas e qualitativas com os consumidores. Precisa ser um produto que agrade, mas que também fale com a nossa marca, que tenha sinergia com o nosso propósito e o que buscamos oferecer”, comenta Bruna Brandes, diretora de Produto da Brandili.

A licença de Minecraft, por exemplo, está alinhada com a Brandili e faz parte do universo dos games geek, cada vez mais presente na rotina de compras das crianças. De acordo com a Abral, esse mercado faturou em torno de R$ 21,5 bilhões em 2021.

 

Parcerias que vão além do produto

As negociações neste ramo são uma via de mão dupla. “Dependendo da licença, passamos por auditorias rigorosas que mostram o nosso padrão de qualidade, já outras solicitam nossos certificados e selos que mostram a nossa preocupação com o desempenho social e ambiental. Nós também precisamos mostrar o porquê somos a melhor escolha”, complementa Elizabeth.

 

Coleções pensadas para cada licença

Os licenciados entram com uma coleção cápsula dentro das novidades da Brandili. “Para cada personagem definimos um mix, uma mini coleção dentro da coleção principal. Analisamos muito bem o perfil do personagem ou personalidade e seguimos nas criações. No Alto Verão, por exemplo, Naruto vem com camisetas em cores como laranja, azul e preto. Já LOL, que é uma boneca fashion, surge com peças com shapes diferenciados, muitas cores e brilhos. A influenciadora Luluca traz seu próprio estilo para a coleção. São roupas mais lisas e shapes de moda  atual, alinhados com música e games”, pontua Bruna.

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