A Kids Corp − equipe exclusiva de especialistas nas Américas dedicada ao setor U18−, divulgou um relatório exclusivo de tendências. Por aqui, você confere os principais tópicos resultantes da tecnologia e dos dados gerados por serviços para capacitar marcas, anunciantes e criadores no mundo digital.
Em 2025, surgem tendências-chave que redefinirão a forma como o público infantojuvenil interage com as marcas, desde as tecnologias até os conteúdos. Este relatório tem como objetivo oferecer inspiração e ferramentas para aqueles que trabalham com esse público, ajudando-os a compreender e antecipar as mudanças que impactarão o mercado.
“Ao longo deste relatório, exploraremos como os infantojuvenis estão redefinindo sua relação com as plataformas em busca de bem-estar digital, o crescimento da autenticidade, do storytelling na criação de conteúdo e a evolução do áudio como uma ferramenta emocional. Além disso, analisaremos o impacto da nostalgia no consumo das novas gerações, equilibrando o digital com experiências off-line ou tangíveis em um mundo hiperconectado. Também abordaremos o papel dos brinquedos STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática) e o crescimento contínuo de plataformas como o Roblox, que se consolidam como espaços-chave para interação e entretenimento, mas com a crescente importância da privacidade digital em um ambiente mais regulado”, afirma Nicolás Cáceres, VP de growth na Kids Corp.
1.Do “brain rot” ao bem-estar digital:
AS GERAÇÕES REDEFINEM SUA RELAÇÃO COM AS REDES SOCIAIS
A geração Z começou a repensar seu vínculo com as redes sociais, criticando os efeitos do consumo excessivo, fenômeno conhecido como “brain rot”. Esse termo descreve o impacto de se expor a conteúdo superficial e avassalador, gerando fadiga mental e desconexão emocional.
Como resposta 86% DOS JOVENS REDUZIRAM O USO DAS REDES e optaram por ações como silenciar contas, eliminar aplicativos ou desativar notificações. No entanto, os infantojuvenis não abandonaram o ecossistema digital, mas migraram para espaços mais seguros e enriquecedores, como: 75% ASSISTEM A VÍDEOS NO YOUTUBE 62% JOGAM VIDEOGAMES.
Roblox, por exemplo, não só se destaca como uma das suas plataformas preferidas, mas também registrou um crescimento contínuo com um aumento superior a 10% acumulado em comparação com 2022. Essas plataformas representam novas oportunidades para as marcas que desejam se conectar com uma geração que valoriza a autenticidade e a segurança.
É fundamental criar experiências digitais que priorizem o bem-estar emocional, respeitem o equilíbrio que os jovens buscam e ofereçam conteúdo relevante em ambientes onde eles decidam interagir. As marcas que entenderem essa transformação terão a oportunidade de liderarem em um ambiente digital cada vez mais exigente.
2.Storytelling e autenticidade
COMO CONQUISTAR UMA GERAÇÃO QUE CRIA E CRITICA CONTEÚDO
Em um ecossistema digital cada vez mais exigente, o segmento infantojuvenil está transformando as regras do consumo de conteúdo. Se antes dominavam as redes sociais e plataformas com publicações “casuais” ou de “baixo esforço”, hoje essas gerações priorizam conteúdo autêntico e de valor, que consiga se conectar emocionalmente com elas.
NESSE CONTEXTO, O STORYTELLING EMERGE COMO UMA FERRAMENTA FUNDAMENTAL PARA TRANSFORMAR DADOS EM NARRATIVAS SIGNIFICATIVAS, PERMITINDO QUE AS MARCAS RESSOEM EM UMA GERAÇÃO QUE NÃO APENAS CONSOME, MAS TAMBÉM CRIA CONTEÚDO.
Após deixar para trás os anos marcados pela improvisação e pela busca de familiaridade durante a pandemia, o segmento infantojuvenil desenvolveu um olhar crítico e gostos mais refinados. Agora, a geração exige experiências que sejam tanto inovadoras quanto interativas. Não se trata apenas do conteúdo em si, mas de como ele é entregue. Para as marcas, o desafio está em superar as expectativas, criando formatos únicos que falem sua língua.
Em um ecossistema digital em constante evolução, aquelas marcas que souberem combinar autenticidade e criatividade poderão se consolidar como referências, gerando conexões duradouras com uma audiência que redefine como o conteúdo é criado e consumido em 2025.
3.De “googlar” a criar
COMO A IA REDEFINE O CONSUMO E A CRIATIVIDADE DAS NOVAS GERAÇÕES
As gerações Z (1997-2012) e Alpha (2013-2024) estão transformando a maneira como acessam e processam informações. Para essas gerações, “googlar” ainda é uma ferramenta essencial, mas já não é a única. Elas integraram plataformas visuais e interativas que permitem acessar informações imediatas, enriquecidas com conteúdo multimídia, como vídeos, imagens e até experiências imersivas. Essa mudança reflete sua preferência por ferramentas que combinam velocidade, contexto e estímulo visual, características que gerações anteriores não priorizam tanto.
Nesse cenário, a inteligência artificial desempenha um papel crucial. Ela não apenas complementou as formas tradicionais de busca, mas também se tornou uma ferramenta criativa que potencializa a sua capacidade de autoexpressão. Essas gerações utilizam a IA para explorarem novas formas de criar conteúdo, desde vídeos virais até experiências personalizadas, marcando uma nova era na interação digital.
Para as marcas, essa evolução representa uma oportunidade estratégica. Adaptar-se a um ecossistema no qual a IA impulsiona tanto o consumo quanto a criação de conteúdo é essencial para se conectar com essas audiências.
A chave está em criar experiências interativas, dinâmicas e
culturalmente relevantes que não apenas ressoem com seus interesses,
mas também potencializem sua criatividade e participação ativa.
4.A revolução sonora
A MÚSICA COMO REFLEXO EMOCIONAL
Desde 2020, fomos testemunhas do “audio boom” na América Latina, com crianças e adolescentes incorporando sons, como podcasts, ASMR e áudios 3D, no seu dia a dia. Esse fenômeno evoluiu significativamente, e as gerações Z e Alpha levaram a música a um nível mais profundo, tornando-a um pilar emocional. Não se trata mais apenas de ouvir música, mas de usá-la para dar significado a momentos importantes: desde o primeiro encontro até uma separação, criando playlists que se tornam a trilha sonora de suas vidas.
Esse vínculo emocional com a música é respaldado pelo fenômeno do “reminiscence bump”, no qual as músicas são associadas a lembranças-chave da adolescência, e se consolidam como momentos culturais fundamentais. O Spotify, entre outras plataformas, se posicionou como um epicentro dessas experiências compartilhadas. À medida que os jovens têm acesso mais rápido à música mainstream, eles personalizam suas próprias playlists, adaptando-as aos seus estados emocionais e preferências.
OS PODCASTS TAMBÉM GANHARAM POPULARIDADE, 18% A 30% INTERANUAL NO SEGMENTO INFANTOJUVENIL NA LATAM (2024 VS. 2023).
Essa tendência abre uma janela estratégica para as marcas: conectar-se
com esse público por meio de experiências sonoras inovadoras, como jogos
musicais em plataformas como Roblox ou conteúdo vinculado a podcasts.
Criar essas iniciativas é fundamental para gerar um engajamento autêntico
e aproveitar o poder de influência dessas gerações em um mercado no qual a música conecta, inspira e transcende.
5.Newstalgia
UMA PONTE ENTRE GERAÇÕES
A geração Alpha está dando um novo significado à nostalgia, reinterpretando produtos e conteúdos icônicos para os Millennials com uma visão nova e atual. Filmes como Lilo & Stitch e brinquedos como Littlest Pet Shop estão voltando com força, combinando o retrô com as tendências atuais. Esse fenômeno não apenas revitaliza o passado, mas o transforma em algo relevante e conectado com a cultura moderna dos Alpha.
Além disso, atividades tradicionais como leitura ou culinária estão ressurgindo como formas de se desconectar do ruído digital e se reconectar com o essencial. As indústrias estão respondendo a essa tendência ao reviverem produtos clássicos, como bolinhas de gude, cubos mágicos e jogos de tabuleiro, enquanto lançam conteúdo adaptado aos interesses e necessidades dos adolescentes. Um exemplo notável é a série Margarita, desenvolvida para
preencher uma lacuna na oferta audiovisual juvenil atual.
Esse movimento, que combina o retrô com o contemporâneo, está redefinindo como as novas gerações consomem entretenimento e produtos.
Ao integrarem elementos clássicos com demandas atuais, as marcas têm a oportunidade de se conectar de maneira mais autêntica,
criando experiências únicas que misturam nostalgia e frescor.
6.A reivindicação do off-line
ENCONTRAR OPORTUNIDADES EM UM MUNDO HIPERCONECTADO
Enquanto os consumidores passam mais tempo conectados, também anseiam por interações tangíveis e significativas que só podem ocorrer no mundo físico; e em
uma era na qual o digital domina quase todos os aspectos de nossas vidas, as marcas começam a redescobrir o valor das experiências off-line. Esse tipo de ativação não
só oferece um respiro do digital, mas também funciona como grandes atividades familiares, com as quais as marcas podem impactar tanto os pais quanto os seus filhos.
As crianças, que costumam ser influenciadores chave dentro dos lares, têm a capacidade de se conectarem emocionalmente com suas marcas favoritas, gerando um vínculo que
influencia as decisões de compra dos pais.
Um exemplo claro pode ser encontrado no mundo dos esportes, que se tornou um terreno fértil para essas ativações, demonstrando como o off-line continua sendo relevante. Desde experiências imersivas que transformam os espectadores em participantes ativos, como simuladores de esportes e desafios gamificados, até instalações monumentais que capturam a atenção e geram conteúdo compartilhável, as possibilidades são infinitas. Por exemplo, atividades como desafios de arremesso no basquete, simuladores de automobilismo ou instalações interativas gigantes não apenas conectam emocionalmente os participantes, mas amplificam a visibilidade das marcas ao serem compartilhadas nas redes sociais.
Encontrar esse equilíbrio entre o digital e o físico não apenas
satisfaz o desejo de desconexão temporária, mas também permite
que as marcas construam conexões mais profundas, autênticas
e memoráveis com seus públicos. Ao reivindicarem o valor dos
espaços off-line, as marcas não só enriquecem a experiência do
consumidor, mas também mostram que, mesmo em um mundo
hiperconectado, o tangível ainda tem um peso significativo.
7.Tecnologia, medição e criatividade
OS PILARES PARA DOMINAR A EFICIÊNCIA PUBLICITÁRIA INFANTOJUVENIL
O investimento publicitário no segmento infantojuvenil continua crescendo, impulsionado pelo impacto desses públicos nas estratégias de marca. Nesse cenário, a tecnologia se consolida como uma aliada indispensável para maximizar a eficiência e o impacto.
Ferramentas como o DSP da Kids Corp, respaldadas por dados exclusivos dos públicos kids & teens, permitem às marcas:
SEGMENTAREM COM PRECISÃO e alcançar os públicos adequados em suas plataformas favoritas nos momentos-chave em que estão conectados, otimizando cada
etapa do processo publicitário.
MEDIÇÃO (PILAR ESTRATÉGICO)
A capacidade de medir resultados em tempo real não só permiteavaliar o desempenho das campanhas, mas também ajustar estratégias com base em insights claros e acionáveis. Essa abordagem orientada por dados minimiza o desperdício de investimento e fortalece a capacidade das marcas de tomarem decisões mais eficazes e alinhadas aos seus objetivos.
Finalmente, a criatividade, quando combinada com tecnologia e dados, eleva ainda mais o impacto das campanhas. Formatos inovadores, experiências interativas e conteúdo personalizado são ferramentas essenciais para se conectar de forma autêntica com uma geração que exige relevância e personalização. Ao integrarem essas três dimensões — tecnologia, mensuração e criatividade —, as marcas não apenas otimizam seu desempenho, mas também constroem relacionamentos sólidos e duradouros com as novas gerações.
8.STEM brinquedos
IMPULSO E TRANSFORMAÇÃO NA INDÚSTRIA DE BRINQUEDOS
Os brinquedos STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática) estão redefinindo a indústria ao unirem aprendizado e entretenimento. Frente ao desafio de captarem a atenção em um ambiente cada vez mais digital, os brinquedos tradicionais encontram competição em opções educativas e tecnológicas. Os brinquedos STEM se destacam com produtos como kits de codificação e robôs interativos, que não apenas divertem, mas também preparam as crianças para um futuro tecnológico.
O auge dos brinquedos STEM reflete o crescente interesse dos pais por ferramentas educativas e o uso de tecnologias avançadas para enriquecer a experiência das crianças. As empresas estão inovando com experiências híbridas que integram o físico e o digital, diferenciando-se em um mercado em que a inovação é chave.
Este segmento se apresenta como uma oportunidade significativa para as marcas que se adaptam às demandas de aprendizado e entretenimento. Ao integrarem criatividade, tecnologia e estratégias baseadas em dados, as empresas podem se destacar em um mercado em constante evolução. Os brinquedos STEM não
apenas redefinem o conceito de brincar, mas também se conectam com uma geração que valoriza o conhecimento, a tecnologia e o impacto positivo.
9.Geração Beta
O INÍCIO DE UMA ERA TECNOLÓGICA E SUSTENTÁVEL
A geração Beta, que inclui aqueles que nascerão entre 2025 e 2039, crescerá em um mundo em que o digital e o físico estão cada vez mais conectados. Estarão rodeados de
avanços tecnológicos que impactarão todos os aspectos de sua vida cotidiana, desde a educação até a saúde, o entretenimento e as relações sociais.
Durante sua infância e adolescência, a inteligência artificial, a automação e as tecnologias emergentes estarão cada vez mais presentes. Essas ferramentas não apenas melhorarão sua qualidade de vida, mas também mudarão a maneira como aprendem, se comunicam e tomam decisões.
ESSA GERAÇÃO TAMBÉM TERÁ QUE ENFRENTAR DESAFIOS SIGNIFICATIVOS
Problemas globais como as mudanças climáticas e a urbanização acelerada continuarão sendo determinantes. Por isso, a consciência ecológica será essencial em sua forma de consumir e se relacionar com o ambiente, influenciados pelos valores de gerações anteriores, como os Millennials e a geração Z, que já priorizaram esses temas.
A forma como se conectam também mudará, com um equilíbrio entre
a vida digital e as relações pessoais. À medida que a segurança
digital e a privacidade se tornem ainda mais relevantes, os Beta
aprenderão a gerenciar sua identidade on-line e a defender seus
direitos em um ambiente cada vez mais interconectado.
Com uma visão mais conectada e consciente, seu legado será
marcado por uma nova forma de se relacionar com a tecnologia e
o meio ambiente, buscando soluções inovadoras que promovam um
equilíbrio entre o progresso e a sustentabilidade.
10.O acesso ao conteúdo
DOIS CAMINHOS
Na América Latina, o acesso ao conteúdo de entretenimento varia conforme a faixa etária. Em todas as fases, há uma coexistência de meios de acesso, mas, até os 12 anos, o YouTube domina fortemente a experiência de consumo de conteúdo multimídia.
A partir dos 13 anos, o consumo de plataformas
on demand aumenta, igualando os níveis do YouTube.
Essa transição entre os 12-13 anos coincide com a idade em que os adolescentes passam a ter um smartphone próprio (88% dos jovens de 13 a 18 anos possuem smartphones) e é reforçada por um dos usos mais declarados do dispositivo (42% dos jovens de 13 a 18 anos o utilizam para assistir a séries ou filmes). Além disso, a partir dessa idade, também aumenta o tempo disponível para o consumo de plataformas on demand (1h30 por dia entre adolescentes de 13 a 18 anos).
Por fim, é interessante observar que a “adoção” mais forte das plataformas on demand, a partir dos 13 anos, não substitui o YouTube, mas sim convive com ele. Séries e filmes são consumidos de forma equivalente em ambas as plataformas, sendo que o conteúdo Shorts no YouTube, entre os maiores de 13 anos, é o que se distingue das plataformas on demand.
Fonte dos dados: Relatório Exclusivo Tendências 2025 www.kidscorp.digital