Por Licensing International
Com a ascensão da cultura do tênis e mercados online como o StockX, os consumidores não querem apenas usar seu fandom na manga da camiseta – cada vez mais, eles querem usá-lo nos pés.
É uma tendência que vem crescendo há algum tempo. A Crocs, por exemplo, lançou várias colaborações com celebridades, marcas de entretenimento e artistas, e agora está trazendo essa estratégia para a marca HeyDude adquirida. Esse foco em calçados se consolidou ainda mais à medida que as coleções de marcas coordenadas procuram vestir os consumidores da cabeça aos pés.
Por exemplo, a PUMA revelou recentemente colaborações com a The Pokémon Co. e a PAW Patrol da Spin Master Corp., que incluem não apenas calçados, mas também jaquetas, calças de moletom, camisetas e outros itens. E a Le Tigre, de propriedade da Lifestyle Brands/Hilco Brands, famosa por suas camisas pólo e outras roupas no final dos anos 1970, expandiu-se para calçados quando assinou um acordo de licenciamento com a Designer Stores Warehouse (DSW), que opera 648 lojas (incluindo 533 sob a bandeira DSW). O investimento apoia os planos da DSW de dobrar as vendas de marcas exclusivas até 2026.
Essas colaborações ocorrem em um mercado global no qual as vendas de calçados devem aumentar 2,9% ao ano, atingindo US$ 427 bilhões em 2027, com calçados casuais respondendo por US$ 213 bilhões. A marca emergente de calçados outdoor Holo, que vende por meio da Nordstrom e da Macy’s, levantou recentemente US$ 5 milhões de investidores para financiar seu primeiro tênis de corrida e criar um negócio direto ao consumidor. E enquanto novas marcas sempre demandam atenção, outra estratégia para se destacar na multidão é o licenciamento.
Quando se trata de calçados licenciados, muitas colaborações com marcas de entretenimento atendem às crianças. A Reebok, mais conhecida por calçados esportivos, anunciou recentemente sua terceira linha com a amada personagem pré-escolar Peppa Pig, por exemplo.
No entanto, com itens nostálgicos em alta demanda, muitas empresas de calçados estão colaborando com marcas clássicas de entretenimento para atrair também os mais velhos. O astro do basquete do Indiana Pacers, Paul George, adicionou seu nome e número ao calçado Hot Wheels x Nike PG 6, que lançou em 16 de novembro e é um remix dos tênis de basquete exclusivos de George. E a Sketchers, que visa US$ 10 bilhões em vendas anuais até 2026, recentemente se uniu à Marvel para uma coleção Skechers Work que apresenta botas de trabalho combinadas com Vingadores, Homem-Aranha, Capitã Marvel e outros personagens.
“O mercado de calçados está saturado hoje em dia e para se destacar nele, em alguns casos, é mais fácil ir com uma mercadoria conhecida que não exige tanto para chamar a atenção e a marca meio que se vende sozinha”, disse um executivo de licenciamento.
A categoria de calçados também é uma oportunidade para as marcas aprofundarem as conexões com os consumidores, proporcionando-lhes uma oportunidade não apenas de se identificarem de perto com um IP, mas também de mostrar essa conexão de uma forma que também projeta seu estilo pessoal. Porque, embora a função tenha superado a forma nos calçados, a ascensão dos colecionadores está mudando essa dinâmica.
Calçados, em muitos casos, já foram puramente transacionais – uma compra com uma atividade em mente, disse um executivo de licenciamento. “Agora, os sapatos são uma declaração sobre a pessoa que os usa.”