Antonio Almeida
Superintendente da Brascol fala sobre tecnologia aplicada ao varejo.
No mercado de moda há mais de 30 anos, Antonio Almeida passou por grandes companhias, tais como C&A e Pernambucanas. “Sou apaixonado por comércio e por pessoas. Hoje, tenho a oportunidade de viver uma experiência incrível em um mercado de produtos de alto consumo na região do Brás, que é a cara do Brasil”, declara o empresário. A seguir, confira a entrevista completa com o empresário que acumula experiência e visão de futuro.
Zero a Três – Quais momentos marcaram a história da Brascol?
Antonio Almeida – Foram vários! O primeiro foi a inauguração da atual loja Brascol na rua Maria Marcolina. Praticamente triplicamos o tamanho das instalações e pudemos oferecer um volume maior de produtos e serviços. O lançamento das nossas marcas próprias, possibilitando investimento em moda e diferenciação também foi marcante. Tivemos ainda a fase de implantação da Identificação por Radiofrequência (RFID), em que nos tornamos referência mundial junto à Marks & Spencer, cadeia de lojas inglesa, participando de dois eventos internacionais em Roma e San Diego, para divulgação do feito. E, por fim, o lançamento do e-commerce B2B.
ZT – Qual a atual estrutura da empresa? Quais marcas estão em linha, atualmente?
Almeida – Temos 400 colaboradores diretos e atuamos com mais de 250 marcas relevantes do mercado em diversas linhas – confecção, enxoval e puericultura, entre outras. Das nossas marcas próprias, atualmente trabalhamos com oito: Baby Gijo, Dindon, Color Mini, Color Girl, Gijo Kids, Gijo, Pami e Okyside.
ZT – Quando a Brascol passou a investir em tecnologia e novos recursos para otimizar suas vendas? O que o motivou a desenvolver essas ferramentas?
Almeida – A tecnologia está no DNA da Brascol. Nos primórdios da companhia, tínhamos, por exemplo, uma máquina de contagem de cheques desenvolvida por nós e que fazia um trabalho de horas em minutos. Sempre tivemos um olhar para o futuro e a modernização de processos e equipamentos sempre gerou novos negócios. Foi o que aconteceu com a implantação do RFID, há 4 anos, e do e-commerce, sendo este o terceiro ano de operação.
ZT – Qual o impacto dessa medida para os negócios?
Almeida – Mudou e está mudando profundamente o mindset da Brascol e das empresas da região. Já temos outras empresas do Brás usando o sistema RFID e implantando o e-commerce. Temos atraído profissionais com excelência no mercado, em função desses projetos e da “alma de startup”.
ZT – Qual o próximo passo nesse sentido?
Almeida – Aproveitar os benefícios dessas tecnologias para oferecer aos nossos clientes lojistas e colaboradores a possibilidade de se atualizarem e entrarem nesse mundo digital e de modernidade. Visando preparar nossa equipe de colaboradores, desenvolvemos parcerias com escolas digitais. Propiciamos descontos para que todos estudem e aproveitem as oportunidades que estão surgindo, em razão desses novos caminhos. Queremos que todos os nossos colaboradores sigam conosco e se tornem cidadãos e profissionais bem preparados para o mercado de trabalho.
ZT – Desde 2016, as marcas infantojuvenis da empresa estão disponíveis em um e-commerce para lojistas. Por que decidiram desenvolver esse canal?
Almeida – O principal objetivo foi oferecer a possibilidade de uma reposição mais rápida aos nossos clientes, sem a necessidade de deslocamento físico. Eles podem, por exemplo, entrar no sistema durante a semana e no domingo para solicitar a reposição do que venderam no final de semana.
ZT – Quais pilares fundamentam uma boa gestão?
Almeida – Processos bem definidos, tecnologia bem implantada e envolvimento sincero e efetivo de cada pessoa que faz parte da empresa. Este é o caminho.
ZT – Existem planos de expansão do portfólio de marcas da Brascol na categoria baby?
Almeida – Sim, com a chegada do nosso marketplace nos próximos meses será possível trazer marcas e parcerias que hoje não oferecemos, fazendo assim com que nosso cliente possa se abastecer de tudo o que precise.
ZT – Como você avalia esse segmento no Brasil?
Almeida – O setor de zero a três é o que mais oferece oportunidades, pois costumamos dizer que, independentemente da taxa de natalidade, as vendas continuaram a crescer porque existem as avós, tias, madrinhas… Enfim, todos nós que não resistimos a uma roupa infantil.
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Fonte: EP Grupo – Revista Zero a Três Jul./Ago. 2019 – Por Kika Martins.