Na Revista Licensing Brasil#66, Pierre Mantovani, CEO do Omelete Group, conta como levou a edição da CCXP Brasil tão rapidamente ao topo dos eventos de cultura pop do mundo.
Revista Licensing Brasil – A San Diego Comic-Con acaba de celebrar 50 anos. Em apenas 5 anos, a edição brasileira alcançou recorde mundial de público. A que você atribui esse sucesso?
Pierre – Focamos na criação de experiencias únicas, na conexão e gestão de fãs para os produtores de conteúdos e na criação da conexão de marcas com os jovens. Obviamente, nossa preocupação excedeu o festival, acabou centrada na geração de negócios para as empresas participantes e em experiencias épicas para os participantes. Juntamos as pontas e provamos que vale a pena investir em fãs.
LB – Desde a primeira edição em 2014, quais momentos considera mais marcantes para a consolidação da CCXP Brasil?
Pierre – O primeiro ano de um festival é sempre muito difícil e ficamos positivamente surpresos ao registrar 97 mil pessoas no evento.
Em 2014 o Jason Momoa (ator, roteirista, diretor e produtor americano) entrou no evento pela porta da frente, sem segurança. Não avisou ninguém. Em 2015, o presidente da Pixar e o Frank Miller vieram à CCXP Brasil e nos elogiaram muito. Em 2016, nos tornamos a maior edição do mundo. Finalmente, em 2017, conseguimos os primeiros patrocínios de peso e o Will Simith deu um show à parte junto com a Netflix.
Na edição de 2018, tivemos a line up mais relevante da nossa história com a participação dos atores principais de Capitão Marvel, Shazan e Homem-Aranha, entre outros. Além disso, tivemos a mesma estrutura de transmissão das Olimpíadas para realizar três streamings ao vivo de todo o evento no YouTube.
LB – Destacaria alguma parceria ou estratégia bem-sucedida, ao longo desse processo?
Pierre – Warner, Disney, Fox, Netflix, Amazon Prime, HBO e Globo, entre outros expositores foram essenciais para consolidar o nosso modelo de evento. A parceria com todos os produtores de conteúdo da CCXP é valiosa para a organização e satisfação dos fãs.
LB – Planeja ampliar a participação de outras empresas na CCXP, considerando o aquecimento do mercado audiovisual no País?
Pierre – Sim, queremos ampliar a participação dos conteúdos nacionais, possibilitando que tenham mais tempo em palco e uma área maior de exposição.
LB – Projeta levar o evento para outros estados, assim como fizeram na cidade de Recife?
Pierre – Mudamos o foco para a internacionalização. Acho mais fácil as pessoas verem a CCXP em outros países. No Brasil, nossa expansão regional será feita por meio da exposição na CCXP São Paulo e de ativações menores e mais maleáveis.
LB – Como nasceu a ideia de realizar uma edição da CCXP na Europa, mais especificamente em Colônia?
Pierre – Foram 3 anos entre a primeira reunião com a nossa sócia alemã – Koelnmesse -e a produção da primeira edição da CCXP Colônia neste ano. Unimos a força da empresa alemã, também responsável pela organização do maior evento de games do mundo, e a nossa expertise na realização da maior Comic Con. Nosso objetivo é ter o maior e mais relevante evento da Europa, em 5 anos.
LB – Como você avalia o mercado de bens de consumo licenciados no Brasil?
Pierre – Empresas precisam aprender a criar produtos e uma comunicação que as faça pertencer às comunidades de fãs. Somente campanhas em datas comemorativas não sustentam este relacionamento.
LB – Quais serão os destaques da Comic Con Brasil 2019, em termos de atrações e estrutura?
Pierre – Começaremos a divulgar o line up de conteúdo e de artistas em setembro. Em relação à estrutura, continuaremos ocupando todo o espaço do São Paulo Expo, além de outros dois andares do edifício, garagem para credenciamento e organização da fila de entrada.
LB – Com que regularidade realizam pesquisas com o público geek? O Brasil tem alguma peculiaridade?
Pierre – Todo ano realizamos a nossa pesquisa intitulada Geek Power que sempre tem mais de 10 mil participantes. Abrimos o CCXP Unlock, evento de business que fomenta o empreendedorismo no mercado de entretenimento.
LB – Para manter a edição do Brasil entre as mais aguardadas do segmento, em que você está investindo?
Pierre – Esta será a edição mais internacional da CCXP. Estamos investindo na vinda de mais veículos da imprensa internacional para reverberar tudo que será anunciado e realizado no evento. Queremos levar o nosso festival a um patamar ainda mais importante. A meta é nos tornarmos um dos protagonistas mundiais de conteúdo de cultura pop, mesmo com a barreira da língua.
Confira na íntegra a Revista Licensing Brasil#66 (Set./Out.) – Por Kika Martins.