Filha da engenheira de software Natália e do professor de Educação Física Jairo, Sueli tem 9 anos, é fã de esportes e se comunica em Libras, a Língua Brasileira de Sinais. A primeira personagem surda das histórias de Mauricio de Sousa já tem sua estreia marcada nas publicações da Turma da Mônica. Na história “Nessa Turma todos têm voz”, que sairá em Turma da Mônica 31, da Panini, no início de maio, Sueli apresenta toda a sua família.
A história se desenvolve durante a aula de Educação Física, em que o novo professor, Jairo Woo, é apresentado aos alunos na escola do bairro do Limoeiro. E os filhos dele, Sueli e Felipe, também estudarão lá.
Sueli nasceu surda, e ela e o irmão se comunicam em Libras, o que gera curiosidade entre os novos amiguinhos da turma. E, para selar esse encontro, Sueli convida Mônica e Cebolinha para almoçar em sua casa e conhecer a sua família, incluindo seu irmão mais novo, Iago. O que ninguém previa é que o almoço iria virar uma grande aventura. União, amizade, trabalho em equipe e respeito fazem parte dessa história.
Com a chegada da nova moradora do bairro do Limoeiro às revistas, a Turma da Mônica expande a representatividade de pessoas com deficiência, pois já possui personagens como Luca, um garoto descolado que usa cadeira de rodas; Dorinha, uma menina muito fashion que é cega e foi inspirada na educadora Dorina Nowill; Tati, garota com síndrome de Down, inspirada na autora teatral e atriz Thati Piancastelli; e André, um simpático menino autista.
Sueli
A ideia de criação da personagem nasceu de uma vontade antiga do desenhista Mauricio de Sousa. Sueli fez sua estreia em postagens nas redes sociais realizadas pelo Instituto Mauricio de Sousa em parceria com a 24ª Surdolimpíada de Verão, em 2022.
Para elaborar a personagem, a Mauricio de Sousa Produções contou com a colaboração da organização da 24ª Surdolimpíada e de professores da Derdic, instituição sem fins lucrativos que atua na educação, acessibilidade e empregabilidade de surdos e no atendimento clínico (SUS) a pessoas com deficiência auditiva e intelectual. O trabalho institucional prioriza famílias em vulnerabilidade e beneficia pessoas de todas as faixas etárias. É mantida pela Fundação São Paulo e vinculada academicamente à PUC-SP.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 5% da população brasileira tem alguma deficiência auditiva. Esse número representa 10 milhões de pessoas, sendo que 2,7 milhões possuem surdez profunda.
Em suas histórias, Sueli abordará os aspectos e temas comuns à comunidade surda, que é bastante diversa e inclui pessoas que se comunicam em Libras (que é meio legal de comunicação e expressão dos surdos, conforme a Lei 10.436/2002), e também surdos que usam o português oral, além de reforçar a importância da acessibilidade e da inclusão.