Quando a tradição encontra a tecnologia

Negócios por Marco Marcelino para a Revista Espaço Brinquedo e Papelaria #141

Quando foi a última vez que você viu uma criança fascinada por um quebra-cabeça ou um adulto vidrado em um videogame? A indústria de brinquedos e jogos, embora pareça algo trivial, é um reflexo claro de como nossos hábitos e valores mudam com o tempo. Segundo o estudo “Toys and Games Market Size & Share Analysis – Growth Trends & Forecasts (2025 – 2030)” da Mordor Intelligence, essa indústria global cresce em um ritmo impressionante, com uma taxa composta anual (CAGR) de 9,91%. Mas por que esse mercado continua tão relevante?

Parte da resposta está na convergência entre tradição e tecnologia. Enquanto jogos digitais e experiências imersivas, como realidade virtual, conquistam todas as idades, a resiliência de brinquedos tradicionais, como blocos de montar e bonecas, demonstra que o tangível ainda tem seu espaço. A tendência global de busca por brinquedos educativos, especialmente na Ásia-Pacífico, sinaliza um movimento em direção a um entretenimento mais enriquecedor, que diverte enquanto desenvolve habilidades.

Por outro lado, a tecnologia redefine não só o “como” brincamos, mas o “o que” significa brincar. De jogos de tabuleiro conectados a aplicativos que incentivam o aprendizado, há uma transição entre o físico e o digital que nos faz questionar: estamos nos aproximando de um ponto em que a nostalgia será digital?

É interessante notar que, apesar do crescimento acelerado do comércio eletrônico, as lojas físicas continuam relevantes. Talvez porque tocar, segurar e imaginar sejam experiências que não cabem em uma tela. Porém, é impossível ignorar o poder do digital, especialmente com plataformas como Amazon e Walmart moldando a nova maneira de consumo.

E no meio disso tudo, existe o poder de escolha. Brinquedos sustentáveis ganham força em um mundo cada vez mais preocupado com a sustentabilidade, enquanto bonecas e jogos STEM desafiam as crianças a explorar, pensar e criar. A indústria se transforma para atender a essas demandas e, ao mesmo tempo, manter viva a essência do que significa brincar: descobrir o mundo.

O relatório destaca que a Ásia-Pacífico é o mercado de crescimento mais rápido, enquanto a América do Norte se mantém como o maior mercado. O que isso nos diz? Que a brincadeira, em todas as suas formas, transcende fronteiras culturais e econômicas.

Afinal, brincar não é só uma atividade; é um espelho da sociedade. Quanto mais a indústria entende essa relação e investe nessa direção, mais prósperos serão os próximos anos. O desafio talvez seja como comunicar e estabelecer relação com as diferentes idades. Entre ação e reflexão, tradição e inovação, os brinquedos e jogos nos mostram quem fomos, quem somos e quem queremos ser.

CEO | Chief Data & Knowledge Officer

Empresário e Publisher atuando no desenvolvimento de estratégias de marketing e metodologias multiplataformas em comunicação.

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